sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Cap.04 - Instituto Helios Arcana - Amigos, não importa a situação!

Capítulo 04
Amigos, não importa a situação!


Três meses haviam passado desde a última missão de Noé, o clima melhorou bastante, Uriel estava interagindo melhor com seus colegas, exceto Klaus que ainda insistia em perturbar o garoto, pregando peças, mas sempre se dava mal, porque Uriel era muito bom no domínio de sua magia.

Era uma tarde calma, os estudantes estavam espalhados pela mansão, alguns estudando alquimia nas áreas subterrâneas, outros fazendo previsões do clima no ultimo patamar do instituto, algumas pessoas estavam na biblioteca e era lá que Noé passava a maior parte do tempo. Sua amizade com Uriel aumentará desde que o ajudou em uma missão contra um Troll, passava a maior parte do tempo conversando com Uriel e o mesmo gostava da companhia.

Para quem não sabe a mansão possui uma área subterrânea onde os alunos estudam alquimia, praticam seus feitiços, ou enfrentam criaturas nos calabouços, são divididas em partes e se estende pelo subsolo da mansão.

Klaus estava no campo de treinamento, praticando com sua lança, era muito habilidoso em combates, um dos melhores da academia, treinava arduamente, mas tinha muito indisposição para estudar, sempre pedia auxilio a Noé nessas horas, mas o garoto notará que Noé andava distante, não assistia mais seus treinos, ou pedia ajuda em missões e isso o estava incomodando.

Ele sabia que Noé se tornara amigo de Uriel, e ambos estavam muito próximos, não queria admitir, mas sentia falta de seu amigo e estava com ciúmes da amizade dele com Uriel.

Um corvo sobrevoava o campo de treinamento externo, Klaus nota e seus pensamentos sobre Noé se esvaem, pois sabia o que significava o corvo, era uma missão.

A ave sobrevoa Klaus e deixa cair um bilhete em seus pés, Klaus prende sua lança nas costas, e pega o bilhete, abre e Le:

“Siga para os portões do norte, parta imediatamente, uma vila chamada Lumina está sendo atacada por sombras, precisam de auxílio.”

Sem pensar, tendo sua lança presa às costas, Klaus corre para a sala dos tele transportes, Noé avista pela janela da biblioteca a urgência de Klaus e se perguntava o porquê da pressa e volta sua atenção ao livro e torna a falar com Uriel.

Klaus chega à sala dos Tele transportes e fala com urgência.

_ Me envie para Lumina, a cidade da Luz, Reino do Norte.

Uma luz ofuscante clareia toda a sala e Klaus parte.

Chegando em Lumina, o caos estava instaurado, a cidade ardia em chamas, crianças chamavam por seus pais, corpos jaziam frios pelos cantos e ruas, magos batalhavam com coisas que fugiam de seus feitiços, guerreiros davam suporte tentando acertam o que se esvaia por suas espadas, um exército de sombras dominava o local e estava fora de controle.

Klaus adentra o caos, busca quem comandava a batalha e encontra um homem robusto e com aparência cansada.

_ Senhor, desde quando o ataque está ocorrendo?

O senhor reconhece o jovem, e se alegra com sua chegada.

_ Jovem Klaus que bom que pode vir, estamos desde a noite anterior batalhando, o cristal da luz está quase sem energia, não iremos durar mais que duas horas, precisamos de auxílio.

_ Não há necessidade, posso conter as sombras, usem o que for preciso para proteger o cristal da Luz, não deixem chegar perto, eu vou para-los.

E dizendo isso partiu para fora dos muros da cidade, quando pode ver a dimensão do exército de sombra seu coração apertou, como se ele não fosse capaz, mas tirando isso de sua mente, afastando essa dúvida, ele foi para a batalha.

Uma massa enorme de sombras, vinha em direção a cidade, uma sombra maior e corpórea vinha mais atrás, era o líder, esse era seu alvo.

No instituto, algo começava a perturbar Noé enquanto comia seu jantar, um aperto em seu peito, dizia que algo estava errado, pensou em Klaus nesse momento e a aflição aumentou.

_ Algum problema, Noé?

Uriel olhava para ele preocupado de certa maneira, mas com sua expressão serena como sempre.

_ Não, nada, somente uma sensação ruim, como se alguém precisasse de mim.

Uriel olha calmamente.

_ Algumas sensações são avisos, muitas vezes alguém realmente precisa de nós, basta descobrirmos.

Noé fica olhando para fora da janela, a noite chegava calma, até que alguém entra correndo na sala de jantar.

_ NOÉ, NOÉ!

Noé olha assustado, vê ser um de seus colegas de estudo.

_ O que houve Nico? Algum problema?

Nico se aproxima de Noé pálido e suado.

_ Noé eu soube agora, Lumina, sua cidade está sendo atacado, Klaus foi mandado para lá mais cedo e não temos notícias a algumas horas, a cidade foi tomada.

Ainda em choque, Noé não conseguia pensar direito, tudo estava confuso.

_ Mas como, porque ele foi sozinho, porque não pediu auxílio?

_ Não sabemos, ele saiu com muita pressa essa tarde, não convocou ninguém para ir com ele.

Nesse momento Noé lembra de ter visto Klaus passando apressado.

_ Não pode ser! Eu irei para Lumina, não vou deixar minha cidade ser destruída e nem meu amigo sozinho.

Noé levanta da mesa, Uriel o segue, entram na sala dos tele transportes apressados, mas Mestre Tonos se encontrava ali.

_ Senhor, preciso ir para Lumina, com urgência, preciso de um tele transporte.

Tonos olha o jovem.

_ Sinto muito Noé, mas ninguém tem permissão de ir para Lumina, a situação está fora de controle, soldados estão sendo mandados, desculpe mas não posso permitir.

_ Mas senhor, é minha cidade, Klaus foi para lá e não temos notícias, me deixe ir por favor.

Com os olhos enchendo de lagrimas e ficando com raiva Noé começa a implorar.

_ Me desculpe Noé, Klaus sabia dos riscos, não vou por você em perigo também.

Ainda frustrado, Noé sai da sala com raiva indo para seu quarto, Uriel ainda o acompanha.

_ Irei a Lumina de qualquer forma, nem que seja caminhando. 

Falava isso enquanto juntava seus equipamentos, flechas encantadas, poções, selos, com seu arco atravessado e com aldrava nas costas, sua bolsa presa na cintura, ia sair do quarto quando a porta está bloqueada por Uriel.

_ Por favor Uriel me deixe ir, preciso ajudar Klaus.

Uriel o olha.

_ SAIA DA FRENTE URIEL, SE TEREI QUE PASSAR POR VOCÊ, ENTAO QUE ASSIM SEJA.

Tirando seu arco e preparando uma flecha, Noé tremia.

_ Não falei que o impediria, e sei que também não iria atirar em mim, vou ajudá-lo a ir pra Lumina, e irei com você.

Noé baixa o arco e olha para Uriel com lagrimas nos olhos.

_ Muito obrigado Uriel, mas como iremos, não temos o teletransporte, não iremos chegar a tempo.
Uriel sorri.

_ Eu tenho meu próprio modo de viajar, so preciso que me fale alguma arvore que tenha na sua cidade.
Noé o olha pasmo.

_ Pinheiros são bem comuns na minha cidade, mas porque quer saber isso, precisamos ir.

_ Vamos para os jardins, oculte sua arma, não podemos ser vistos saindo.

Noé esconde seu arco e põe sua capa, e segue Uriel.

Ao chegarem aos jardins se postam frente a um pinheiro um tanto antigo, Uriel toca sua mão na arvore e ela adquire um brilho verde.

_ Isso se chama caminho das arvores, eu posso ir de um lugar ao outro pelas arvores, desde que ela seja da mesma espécie, então, vamos?

Noé se impressionara com a magia, e assente que podem ir, Uriel entra na arvore e some, Noé o segue sem medo, saem nos muros de Lumina e a cena os chocava.

O céu estava escuro, a cidade estava sombria, nada era ouvido no lugar, casas ainda ardiam em chamas, corpos estavam espalhados pelo chão, tudo se tornara escuro.

_ Onde estão os soldados?

_ Não tenho ideia.

Os jovens olhavam em volta, em busca de algum sinal de vida, mas nada nem ninguém estava ali. Risos frios ecoavam pelas ruas. De repente uma grande explosão no centro da cidade ocorre.

_ Klaus!

Uriel e Noé saem correndo em direção a explosão, com seu arco preparado com flechas de luz na aldrava. Ao chegar no centro da cidade, viram seu amigo Klaus, com sua lança, lutando com algo de tamanho imensurável, uma sombra, o líder de todas as outras.

_ KLAUS!

Uma flecha passa pelos cabelos do jovem assim que ele olha para trás, e uma grande luz é gerada na sombra, que solta um grito de horror.

Klaus avista seu amigo, e esboça um sorriso de alegria, suas roupas estavam rasgadas, e seu corpo tinha marcas de uma grande batalha, diante a visão de seu amigo Klaus cai ao chão desmaiado.

_ NÃOOOOO!

Uriel se movimenta nesse momento, conjurando uma grande lança de gelo e arremessando contra a sombra. Outras se juntavam em torno dos três, Noé lança outra flecha de luz, gerando uma grande claridade, onde as sombras menores recuam.

Eles conseguem chegar até Klaus, que se encontrava muito ferido.

_ Ainda está respirando, posso sentir sua respiração, mas seu pulso está fraco, ele precisa de cuidados com urgência.

Uriel assente e concentra sua energia formando uma bola luminosa em suas mãos e gera uma esfera de luz, lança ela para o alto e um círculo de luz é criado em torno dos três.

_ Isso vai segurá-las por um tempo, deixe que eu cuide do Klaus, mas preciso de cobertura, pode deixar comigo, vou salvá-lo.

Noé se sente seguro com as palavras de Uriel.

_ Pode deixar comigo, eu protegerei vocês.

Noé prepara outras flechas de luz e fica em pé, protegendo Uriel enquanto cuidava de Klaus. Seus olhos adquirem um brilho azul gelo, ele começa a analisar a área, mais sombras se agrupavam em torno do círculo, quando a magia cessasse eles estariam em apuros.

Noé pega um selo de explosão em sua bolsa e coloca na flecha de luz e lança para o alto, a flecha explode lançando raios de luz em todos os cantos da cidade, pareceu surtir efeito, as sombras recuaram um pouco.

_ Uriel, não vamos conseguir sair daqui, são muitas.

Uriel emitia uma luz verde de suas mãos e recitava encantamentos direcionados a Klaus.
_ Preciso de mais um tempo, daremos um jeito.

Confiando em Uriel, Noé repetia a estratégia de explodir as flechas, mas mais sombras chegavam e o círculo de luz começava a diminuir.

_ Pronto, está feito.

Klaus recobrara a consciência, se sentia tonto, mas parecia bem. Uriel estava suado e cansado, o feitiço que usara exigia muito de seu poder.

_ O que fazem aqui? Eu poderia ter dado conta.

_ Por nada, só salvamos sua vida, pare de ser arrogante pelo menos uma vez e agradeça.

_ Obrigado, mas porque estão aqui.

_ Porque é isso que amigos fazem.

Após Noé dizer isso Klaus se cala, Uriel sente uma vontade rir nesse momento mas se contém.

_ Não vamos conseguir sair daqui.

Uriel se levanta nesse momento.

_ Já cuidei disso.

Klaus e Noé se olham, com a mesma pergunta em mente ambos falam juntos.

_ Cuidou do que?
_ Cuidou do que?

Uriel fecha seus olhos, seu corpo começa a brilhar, uma forte energia começa a ser liberada, Noé e Klaus sentem uma força descomunal emitida de Uriel. Uma palavra é pronunciada por Uriel.

_ Libertar.

Uriel falara baixo, mas algo pode ouvir seu comando, o chão da cidade começa a tremer, as sombras começam a se alvoroçar, sem rumo e apavoradas, a maior delas começa a esmurrar o escudo de luz dos garotos, como se quisesse impedi-los.

_ O que está acontecendo?

Noé olhava tudo com muita atenção, do alto da montanha onde o cristal da luz se encontrava um forte brilho começa a ser emitido, uma forte rajada de luz percorre toda a cidade, as sombras são extinguidas uma por uma, a cidade se ilumina novamente, as pessoas voltam a suas formas naturais após serem atingidas pela luz.

Uriel para de emitir energia e cai desacordado, Klaus o segura a tempo. Noé vai ao seu auxilio, para ajudar, o escudo que os protegia cessara, mas a cidade estava iluminada novamente e as sombras haviam sido destruídas.

_ Que magia foi essa? Klaus perguntava olhando Noé.

_ Uma bem poderosa pelo visto, e exigira muito de Uriel.

Noé olhava Uriel desacordado nos braços de Klaus, se perguntava quem era esse garoto, cada dia mais misterioso, como poderia ter tanto poder.

Klaus levava Uriel nos braços, enquanto outras pessoas se juntavam a eles, algumas comemoravam, outras limpavam os destroços, tudo voltara ao normal.

Os jovens voltam a mansão com seu mentor os esperando a porta, depois que a situação em Lumina fora controlada. Tonos estava sorrindo quando os recebeu, Noé se aliviava com isso, seu mentor lhe causava pavor, Klaus leva Uriel para seu quarto e o mordomo toma os devidos cuidados médicos com o jovem, e retorna para junto de Noé que estava sentado em uma das poltronas olhando para a lareira.

_ Obrigado por ter ido me ajudar.

Noé ainda olhava para a lareira.

_ Olha sei que sou cabeça dura, e teimoso, e um babaca na maioria das vezes, mas ... Mas ... você é meu amigo Noé, não podia deixar sua cidade correndo perigo, precisava fazer alguma coisa.

Noé se levanta com a cabeça baixa e vai até Klaus e o abraça apertado.

_ Obrigado, por ter salvado minha cidade, mas da próxima vez me chame, seu imbecil.

Klaus abraça seu amigo ainda mais forte.

_ Pode deixar, eu irei chamar.

Alguém se aproxima dos dois e pigarreia.

_ Que cena linda, devo me emocionar?

Uma garota alta e muito bonita, com cabelos vermelhos e trajando o uniforme da instituição se aproximara dos dois, com um ar sério, olhava para ambos com total desagrado.
Noé e Klaus se separam e olham para a garota, Noé abre um enorme sorriso e pula sobre ela derrubando-a no chão.

_ Helena, a quanto tempo!


Helena Foster, irmã mais velha de Klaus que fora mandada para uma missão importante retornava ao Instituto, e com isso as coisas tendiam a mudar, novamente.







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