Capítulo 04
Amigos, não importa a situação!
Três meses haviam passado desde a
última missão de Noé, o clima melhorou bastante, Uriel estava interagindo
melhor com seus colegas, exceto Klaus que ainda insistia em perturbar o garoto,
pregando peças, mas sempre se dava mal, porque Uriel era muito bom no domínio
de sua magia.
Era uma tarde calma, os estudantes
estavam espalhados pela mansão, alguns estudando alquimia nas áreas
subterrâneas, outros fazendo previsões do clima no ultimo patamar do instituto,
algumas pessoas estavam na biblioteca e era lá que Noé passava a maior parte do
tempo. Sua amizade com Uriel aumentará desde que o ajudou em uma missão contra
um Troll, passava a maior parte do tempo conversando com Uriel e o mesmo
gostava da companhia.
Para quem não sabe a mansão possui
uma área subterrânea onde os alunos estudam alquimia, praticam seus feitiços,
ou enfrentam criaturas nos calabouços, são divididas em partes e se estende
pelo subsolo da mansão.
Klaus estava no campo de
treinamento, praticando com sua lança, era muito habilidoso em combates, um dos
melhores da academia, treinava arduamente, mas tinha muito indisposição para
estudar, sempre pedia auxilio a Noé nessas horas, mas o garoto notará que Noé
andava distante, não assistia mais seus treinos, ou pedia ajuda em missões e
isso o estava incomodando.
Ele sabia que Noé se tornara amigo
de Uriel, e ambos estavam muito próximos, não queria admitir, mas sentia falta
de seu amigo e estava com ciúmes da amizade dele com Uriel.
Um corvo sobrevoava o campo de
treinamento externo, Klaus nota e seus pensamentos sobre Noé se esvaem, pois
sabia o que significava o corvo, era uma missão.
A ave sobrevoa Klaus e deixa cair um
bilhete em seus pés, Klaus prende sua lança nas costas, e pega o bilhete, abre
e Le:
“Siga para os portões do norte,
parta imediatamente, uma vila chamada Lumina está sendo atacada por sombras,
precisam de auxílio.”
Sem pensar, tendo sua lança presa às
costas, Klaus corre para a sala dos tele transportes, Noé avista pela janela da
biblioteca a urgência de Klaus e se perguntava o porquê da pressa e volta sua
atenção ao livro e torna a falar com Uriel.
Klaus chega à sala dos Tele
transportes e fala com urgência.
_ Me envie para Lumina, a cidade da
Luz, Reino do Norte.
Uma luz ofuscante clareia toda a
sala e Klaus parte.
Chegando em Lumina, o caos estava
instaurado, a cidade ardia em chamas, crianças chamavam por seus pais, corpos
jaziam frios pelos cantos e ruas, magos batalhavam com coisas que fugiam de
seus feitiços, guerreiros davam suporte tentando acertam o que se esvaia por
suas espadas, um exército de sombras dominava o local e estava fora de
controle.
Klaus adentra o caos, busca quem
comandava a batalha e encontra um homem robusto e com aparência cansada.
_ Senhor, desde quando o ataque está
ocorrendo?
O senhor reconhece o jovem, e se
alegra com sua chegada.
_ Jovem Klaus que bom que pode vir,
estamos desde a noite anterior batalhando, o cristal da luz está quase sem
energia, não iremos durar mais que duas horas, precisamos de auxílio.
_ Não há necessidade, posso conter
as sombras, usem o que for preciso para proteger o cristal da Luz, não deixem
chegar perto, eu vou para-los.
E dizendo isso partiu para fora dos
muros da cidade, quando pode ver a dimensão do exército de sombra seu coração
apertou, como se ele não fosse capaz, mas tirando isso de sua mente, afastando
essa dúvida, ele foi para a batalha.
Uma massa enorme de sombras, vinha
em direção a cidade, uma sombra maior e corpórea vinha mais atrás, era o líder,
esse era seu alvo.
No instituto, algo começava a
perturbar Noé enquanto comia seu jantar, um aperto em seu peito, dizia que algo
estava errado, pensou em Klaus nesse momento e a aflição aumentou.
_ Algum problema, Noé?
Uriel olhava para ele preocupado de
certa maneira, mas com sua expressão serena como sempre.
_ Não, nada, somente uma sensação
ruim, como se alguém precisasse de mim.
Uriel olha calmamente.
_ Algumas sensações são avisos,
muitas vezes alguém realmente precisa de nós, basta descobrirmos.
Noé fica olhando para fora da
janela, a noite chegava calma, até que alguém entra correndo na sala de jantar.
_ NOÉ, NOÉ!
Noé olha assustado, vê ser um de
seus colegas de estudo.
_ O que houve Nico? Algum problema?
Nico se aproxima de Noé pálido e
suado.
_ Noé eu soube agora, Lumina, sua
cidade está sendo atacado, Klaus foi mandado para lá mais cedo e não temos
notícias a algumas horas, a cidade foi tomada.
Ainda em choque, Noé não conseguia
pensar direito, tudo estava confuso.
_ Mas como, porque ele foi sozinho,
porque não pediu auxílio?
_ Não sabemos, ele saiu com muita pressa
essa tarde, não convocou ninguém para ir com ele.
Nesse momento Noé lembra de ter
visto Klaus passando apressado.
_ Não pode ser! Eu irei para Lumina,
não vou deixar minha cidade ser destruída e nem meu amigo sozinho.
Noé levanta da mesa, Uriel o segue,
entram na sala dos tele transportes apressados, mas Mestre Tonos se encontrava
ali.
_ Senhor, preciso ir para Lumina,
com urgência, preciso de um tele transporte.
Tonos olha o jovem.
_ Sinto muito Noé, mas ninguém tem
permissão de ir para Lumina, a situação está fora de controle, soldados estão
sendo mandados, desculpe mas não posso permitir.
_ Mas senhor, é minha cidade, Klaus
foi para lá e não temos notícias, me deixe ir por favor.
Com os olhos enchendo de lagrimas e
ficando com raiva Noé começa a implorar.
_ Me desculpe Noé, Klaus sabia dos
riscos, não vou por você em perigo também.
Ainda frustrado, Noé sai da sala com
raiva indo para seu quarto, Uriel ainda o acompanha.
_ Irei a Lumina de qualquer forma,
nem que seja caminhando.
Falava isso enquanto juntava seus
equipamentos, flechas encantadas, poções, selos, com seu arco atravessado e com
aldrava nas costas, sua bolsa presa na cintura, ia sair do quarto quando a
porta está bloqueada por Uriel.
_ Por favor Uriel me deixe ir,
preciso ajudar Klaus.
Uriel o olha.
_ SAIA DA FRENTE URIEL, SE TEREI QUE
PASSAR POR VOCÊ, ENTAO QUE ASSIM SEJA.
Tirando seu arco e preparando uma
flecha, Noé tremia.
_ Não falei que o impediria, e sei
que também não iria atirar em mim, vou ajudá-lo a ir pra Lumina, e irei com
você.
Noé baixa o arco e olha para Uriel
com lagrimas nos olhos.
_ Muito obrigado Uriel, mas como
iremos, não temos o teletransporte, não iremos chegar a tempo.
Uriel sorri.
_ Eu tenho meu próprio modo de
viajar, so preciso que me fale alguma arvore que tenha na sua cidade.
Noé o olha pasmo.
_ Pinheiros são bem comuns na minha
cidade, mas porque quer saber isso, precisamos ir.
_ Vamos para os jardins, oculte sua
arma, não podemos ser vistos saindo.
Noé esconde seu arco e põe sua capa,
e segue Uriel.
Ao chegarem aos jardins se postam
frente a um pinheiro um tanto antigo, Uriel toca sua mão na arvore e ela
adquire um brilho verde.
_ Isso se chama caminho das arvores,
eu posso ir de um lugar ao outro pelas arvores, desde que ela seja da mesma
espécie, então, vamos?
Noé se impressionara com a magia, e
assente que podem ir, Uriel entra na arvore e some, Noé o segue sem medo, saem
nos muros de Lumina e a cena os chocava.
O céu estava escuro, a cidade estava
sombria, nada era ouvido no lugar, casas ainda ardiam em chamas, corpos estavam
espalhados pelo chão, tudo se tornara escuro.
_ Onde estão os soldados?
_ Não tenho ideia.
Os jovens olhavam em volta, em busca
de algum sinal de vida, mas nada nem ninguém estava ali. Risos frios ecoavam pelas
ruas. De repente uma grande explosão no centro da cidade ocorre.
_ Klaus!
Uriel e Noé saem correndo em direção
a explosão, com seu arco preparado com flechas de luz na aldrava. Ao chegar no
centro da cidade, viram seu amigo Klaus, com sua lança, lutando com algo de
tamanho imensurável, uma sombra, o líder de todas as outras.
_ KLAUS!
Uma flecha passa pelos cabelos do
jovem assim que ele olha para trás, e uma grande luz é gerada na sombra, que
solta um grito de horror.
Klaus avista seu amigo, e esboça um
sorriso de alegria, suas roupas estavam rasgadas, e seu corpo tinha marcas de
uma grande batalha, diante a visão de seu amigo Klaus cai ao chão desmaiado.
_ NÃOOOOO!
Uriel se movimenta nesse momento,
conjurando uma grande lança de gelo e arremessando contra a sombra. Outras se
juntavam em torno dos três, Noé lança outra flecha de luz, gerando uma grande
claridade, onde as sombras menores recuam.
Eles conseguem chegar até Klaus, que
se encontrava muito ferido.
_ Ainda está respirando, posso
sentir sua respiração, mas seu pulso está fraco, ele precisa de cuidados com
urgência.
Uriel assente e concentra sua
energia formando uma bola luminosa em suas mãos e gera uma esfera de luz, lança
ela para o alto e um círculo de luz é criado em torno dos três.
_ Isso vai segurá-las por um tempo,
deixe que eu cuide do Klaus, mas preciso de cobertura, pode deixar comigo, vou
salvá-lo.
Noé se sente seguro com as palavras
de Uriel.
_ Pode deixar comigo, eu protegerei
vocês.
Noé prepara outras flechas de luz e
fica em pé, protegendo Uriel enquanto cuidava de Klaus. Seus olhos adquirem um
brilho azul gelo, ele começa a analisar a área, mais sombras se agrupavam em
torno do círculo, quando a magia cessasse eles estariam em apuros.
Noé pega um selo de explosão em sua
bolsa e coloca na flecha de luz e lança para o alto, a flecha explode lançando
raios de luz em todos os cantos da cidade, pareceu surtir efeito, as sombras
recuaram um pouco.
_ Uriel, não vamos conseguir sair
daqui, são muitas.
Uriel emitia uma luz verde de suas
mãos e recitava encantamentos direcionados a Klaus.
_ Preciso de mais um tempo, daremos
um jeito.
Confiando em Uriel, Noé repetia a
estratégia de explodir as flechas, mas mais sombras chegavam e o círculo de luz
começava a diminuir.
_ Pronto, está feito.
Klaus recobrara a consciência, se
sentia tonto, mas parecia bem. Uriel estava suado e cansado, o feitiço que
usara exigia muito de seu poder.
_ O que fazem aqui? Eu poderia ter
dado conta.
_ Por nada, só salvamos sua vida,
pare de ser arrogante pelo menos uma vez e agradeça.
_ Obrigado, mas porque estão aqui.
_ Porque é isso que amigos fazem.
Após Noé dizer isso Klaus se cala,
Uriel sente uma vontade rir nesse momento mas se contém.
_ Não vamos conseguir sair daqui.
Uriel se levanta nesse momento.
_ Já cuidei disso.
Klaus e Noé se olham, com a mesma
pergunta em mente ambos falam juntos.
_ Cuidou do que?
_ Cuidou do que?
Uriel fecha seus olhos, seu corpo
começa a brilhar, uma forte energia começa a ser liberada, Noé e Klaus sentem
uma força descomunal emitida de Uriel. Uma palavra é pronunciada por Uriel.
_ Libertar.
Uriel falara baixo, mas algo pode
ouvir seu comando, o chão da cidade começa a tremer, as sombras começam a se
alvoroçar, sem rumo e apavoradas, a maior delas começa a esmurrar o escudo de
luz dos garotos, como se quisesse impedi-los.
_ O que está acontecendo?
Noé olhava tudo com muita atenção,
do alto da montanha onde o cristal da luz se encontrava um forte brilho
começa a ser emitido, uma forte rajada de luz percorre toda a cidade, as
sombras são extinguidas uma por uma, a cidade se ilumina novamente, as pessoas
voltam a suas formas naturais após serem atingidas pela luz.
Uriel para de emitir energia e cai
desacordado, Klaus o segura a tempo. Noé vai ao seu auxilio, para ajudar, o
escudo que os protegia cessara, mas a cidade estava iluminada novamente e as
sombras haviam sido destruídas.
_ Que magia foi essa? Klaus
perguntava olhando Noé.
_ Uma bem poderosa pelo visto, e
exigira muito de Uriel.
Noé olhava Uriel desacordado
nos braços de Klaus, se perguntava quem era esse garoto, cada dia mais
misterioso, como poderia ter tanto poder.
Klaus levava Uriel nos braços,
enquanto outras pessoas se juntavam a eles, algumas comemoravam, outras
limpavam os destroços, tudo voltara ao normal.
Os jovens voltam a mansão com seu
mentor os esperando a porta, depois que a situação em Lumina fora controlada.
Tonos estava sorrindo quando os recebeu, Noé se aliviava com isso, seu mentor
lhe causava pavor, Klaus leva Uriel para seu quarto e o mordomo toma os devidos
cuidados médicos com o jovem, e retorna para junto de Noé que estava sentado em
uma das poltronas olhando para a lareira.
_ Obrigado por ter ido me ajudar.
Noé ainda olhava para a lareira.
_ Olha sei que sou cabeça dura, e teimoso,
e um babaca na maioria das vezes, mas ... Mas ... você é meu amigo Noé, não
podia deixar sua cidade correndo perigo, precisava fazer alguma coisa.
Noé se levanta com a cabeça baixa e
vai até Klaus e o abraça apertado.
_ Obrigado, por ter salvado minha
cidade, mas da próxima vez me chame, seu imbecil.
Klaus abraça seu amigo ainda mais
forte.
_ Pode deixar, eu irei chamar.
Alguém se aproxima dos dois e
pigarreia.
_ Que cena linda, devo me emocionar?
Uma garota alta e muito bonita, com
cabelos vermelhos e trajando o uniforme da instituição se aproximara dos dois,
com um ar sério, olhava para ambos com total desagrado.
Noé e Klaus se separam e olham para
a garota, Noé abre um enorme sorriso e pula sobre ela derrubando-a no chão.
_ Helena, a quanto tempo!
Helena Foster, irmã mais velha de
Klaus que fora mandada para uma missão importante retornava ao Instituto, e com
isso as coisas tendiam a mudar, novamente.
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